A Força Aérea Nacional (FAN) vai ser equipada nos próximos meses com novos radares, material de defesa antiaérea e aeronaves, disse hoje o comandante daquele ramo das Forças Armadas de Angola, general Francisco Gonçalves Afonso.
O perigo espreita e é preciso estar atento. Eduardo dos Santos sabe que para negociar a paz, seja interna ou externamente, é preciso estar preparado para a guerra. Jonas Savimbi já não é o bode expiatório ideal, mas há outros. Além disso, o Presidente do MPLA, da República e Chefe do Governo sabe que com os militares não se brinca.
A informação foi transmitida durante as comemorações do 39.º aniversário daquele ramo, assinalado hoje com uma cerimónia na Base Aérea de Saurimo, na província da Lunda Sul.
“Está desenhada, neste ano e no próximo, a aquisição de equipamentos para nos irmos adaptando ao novo cenário. Com novos radares, equipamento de defesa antiaérea e aeronaves”, explicou o general Francisco Gonçalves Afonso.
Embora sem adiantar o montante deste investimento, disse tratar-se de um plano de modernização que começou a ser estudado há vários meses. E, neste caso, o Orçamento Geral do Estado tem dinheiro. Pode não ter para matar a fome a quem tem fome, e são milhões, mas com os militares a coisa pia mais fino. Pia mesmo.
Durante a cerimónia de hoje, que contou com a presença do ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, foi ainda anunciada a prioridade dada pelo Executivo à abertura da Academia da Força Aérea angolana, ainda este ano, e das novas instalações do Instituto Superior de Aeronáutica.
As comemorações deste aniversário decorrem sob o lema “Equipemos e modernizemos a FAN, promovendo a formação e capacitação do pessoal”.
No caso da Base Aérea de Saurimo, no interior do país, prevê-se a sua utilização como pista avançada no controlo das fronteiras com a República Democrática do Congo e da Zâmbia.
A Força Aérea Nacional de Angola foi fundada a 21 de Janeiro de 1976, logo após a independência nacional. Incorporou inicialmente equipamento deixado no país pelas Forças Armadas portuguesas, durante a descolonização de Angola, integrando mais tarde aeronaves da ex-URSS, que também formou o pessoal daquele ramo.
Em Outubro do ano passado, já o Chefe do Estado Maior General das FAA, General de Exército Geraldo Sachipengo Nunda, garantia que os três Ramos das Forças Armadas Angolanas (Exército, Força Aérea e Marinha de Guerra) iriam beneficiar, a partir de 2015, de equipamentos mais modernos e concordantes com os actuais desafios.
O general deu a conhecer o plano durante uma entrevista concedida por ocasião do 23º aniversário da constituição das Forças Armadas Angolanas em Exército Nacional Único que se comemorou a no dia 9 de Outubro.
De acordo com o General Nunda, os novos meios militares serão manuseados por efectivos capacitados. Neste quadro afirmou que a Força Aérea vai receber novos helicópteros que serão utilizados por pilotos formados durante seis anos na Federação Russa.
Deu a conhecer igualmente que a Marinha de Guerra Angolana beneficiará de novos navios, os quais serão também dirigidos por pessoal navegante formado na Rússia, Brasil e Portugal.
O Exército que vai beneficiar de novo equipamento e contará também com militares formados na Rússia e em Cuba.
“A formação dos efectivos das Forças Armadas Angolanas tem de ser um processo bem harmonizado para que a mesma e o equipamento se conjuguem”, salientou o General Nunda, acrescentando que estes procedimentos são abrangentes no âmbito da operacionalidade e da manutenção dos equipamentos que constitui um “grande desafio”.
Segundo o oficial general, este processo vai fazer com que as FAA nos próximos anos se tornem mais modernizadas e bem equipadas, capazes de cumprir as missões que a direcção do Estado definir tendo como prioridade a defesa da independência, soberania nacional e das instituições do País.
O General Nunda destacou que existe uma orientação principal no que se refere à realização do reequipamento das FAA e uma restruturação que esteja adequada aos desafios do momento e do futuro, uma directiva do Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Ainda no quadro da implementação do processo de reestruturação das FAA, sublinhou os avanços já dados nas unidades e sub-unidades do Exército Nacional no que concerne às condições de acomodamento da tropa, sua alimentação e assistência médico-medicamentosa, factores que vêm contribuindo para a prontidão no cumprimento de missões, no quadro dos princípios da Defesa Nacional.
Destacou de igual modo a criação de instituições de formação superior militar, como o Instituto Superior Técnico Militar, construído em 2008, onde foram formados já os primeiros 120 engenheiros nas especialidades de informática, construção e fortificações, engenharia mecânica e electrotecnia.
Na sua entrevista, o Chefe de Estado Maior General das FAA considerou a situação no País, do ponto de vista militar, “estável”, facto que não implica que as Forças Armadas Angolanas não estejam preparadas, “porque os desafios da segurança nacional são externos e internos”.
“A Constituição da República de Angola estabelece que no quadro sistema de segurança nacional, as Forças Armadas Angolanas devem ter a capacidade de responder os desafios internos e externos”, salientou.
No concernente às demais missões das FAA, o General Nunda frisou que existe um total empenho por parte das Forças Armadas Angolanas no processo de desminagem, factor importante para o programa de reconstrução nacional do Executivo, assim como no apoio as questões de calamidades naturais (enxurradas ou cheias) e casos de epidemias.
No quadro das missões de apoio à paz e estabilidade em alguns países africanos, o General Nunda esclareceu que as Forças Armadas continuam preparadas para o efeito.
A título de exemplo referiu a solicitação por parte das Nações Unidas para que Angola possa integrar um contingente de tropas na República Centro Africana na missão da ONU.
“Estamos a criar as condições para integração do efectivo na missão em tempo que for definido pelas Nações Unidas“, precisou o General Nunda que, na ocasião, recordou a participação de forças angolanas em operações de paz que ocorreram na República Democrática do Congo, República do Congo em 1997/1998 e na Guiné-Bissau (2010).
[…] Aos militares nada faltará […]
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